terça-feira, 20 de setembro de 2016

Amanhã Vão-me Partir a Boca Toda

Continuo a sentir estranhas sensações na face esquerda que poderão estar directamente relacionadas com uma infecção provocada por sinusite ou por culpa de uma valente nevralgia.
Hoje voltou a estar pior.

E amanhã vão-me extrair um dente do siso podre que, concerteza, não tem beneficiado em nada esta situação, mas só penso que a impressão vai tornar-se depois disso, mais... impressionante.

Ser doente oncológico e teorizar que qualquer mexida mais estrutural poderá acordar "o bicho", também povoa o vasto pântano de fantasmas atascadamente agonizantes que caracteriza aquilo que é hoje o meu cérebro assustado.

Também imagino ainda que amanhã não chego a fazer nada.
Que o antibiótico não fez efeito e que, por isso, algo pior se passa.

Para mais, a língua está amarela.
Não me lembro de ter lambido uma barra de ouro.

Se tudo for em frente, vou passar um mau bocado.
O dente em causa está escondido lá atrás, apenas com a cabeçita de fora, prevendo-se um trabalhinho de talhante com mais sangue que um filme de Tarantino.

A dor, as dificuldades nos dias seguintes, e até o pânico de desmaiar em qualquer lado, em qualquer momento (não seria a primeira, a segunda, a quinta, ou a décima vez) são secundadas pelos medos maiores.
E esses estão ali em cima, no segundo, terceiro e quarto parágrafos.

Se tudo correr bem volto ao blog em breve.

Dentadinhas amigas para vocês.

O Amor é Assim

Quando o negativismo está bem cotado na minha bolsa de valores emocionais, passa-me pela cabeça que não voltarei tão depressa a Lisboa por culpa de sucessivos e cada vez mais graves problemas de saúde.

Felizmente tenho voltado.

A Lisboa que continuo a amar, acompanhado por quem continuo a amar, foi, é, e vai continuar a ser o melhor dos remédios.
Da alta à baixa, da Graça ao Bairro Alto, de fio a pavio.

Fazes-me falta.
O Amor é assim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A Cara Metade

Depois de amanhã vou arrancar um dente do siso.
Junte-se a hipocondria, fantasmas derivados de doença oncológica e o pânico de ir ao dentista e temos a tempestade perfeita.

Há mês e meio que a minha cara metade zangou-se comigo.
E falo literalmente da minha cara metade, ou, se preferir, de metade da cara.
Do lado esquerdo.
Uma "geringonça" que estará relacionada com sinusite ou nevralgia e que um dente do siso cariado e infectado não ajuda nada.

Temo que esteja a fazer as coisas ao contrário, que talvez devesse ir primeiro ver isso da sinusite, mas também acho que os dentes doentes não ajudariam nada, por isso, depois de amanhã vou submeter-me àquilo que dizem ser a especialidade mais radical dos dentistas:
A extracção de um siso.

Medo.
Pânico.
Sobretudo do pós-cirurgia.

Recear que tudo isto não vai resolver este problema para já insondável.
Julgar que a recuperação vai ser dolorosa e com complicações.
Imaginar que a nevralgia vai piorar.
E até supor que nem sequer tirarei o dente na quarta-feira por a infecção ainda não estar debelada, na medida em que "isto" tem provocado tumefacção na maçã do rosto e até prende a vista, quando o dente é no maxilar inferior, e assim é algo mais grave e... BOLAS!

Enquanto puder desabafar aqui através da escrita, não recorrerei a suportes químicos para a estabilidade psíquica, mas que isto está complicado, lá isso está.

Volto aqui amanhã.

Vanilla Ninja

Por portas e travessas, instigado por visitantes de longínquas paragens do leste europeu, cheguei às Vanilla Ninja, da Estónia.

Diz que é um pop muito popularucho lá por aquelas bandas, se calhar, uma espécie das já desaparecidas Delirium.
E com isto acrescenta-se que, tal como essa girls band lusitana, também estas ninjas estónias têm tudo no sítio.

Serve esta música para ilustrar dias em que o mundo parece grande, de braços abertos, e a minha cara se fecha com os problemas descritos na publicação acima.

I just wanna be tough enough.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

O Rei na Barriga

Há por aí um tipo de gentinha que anda há mais de 10 anos de nariz de porco no ar, com o rei na barriga, o que até poderia explicar o vasto perímetro abdominal se não fosse apenas banha.

Arvoram-se grandes profissionais quando vivem de esquemas e soltam profecias  - como "daqui a 10 anos conto ter casa própria" - que nunca se realizam e são tão, mas tão bons, que, mesmo na promoção da sua actividade profisional, cometem erros tão básicos como o de pontapear a língua portuguesa com o mesmo afinco com que soltam postas de pescada.

Aqui vai um exemplo:

"Hoje começamos o dia com uma mega festa de aniversário que vai se prolongar até as 23h00 no Barco Évora com uma vista deslumbrante da mais bela baía do Mundo. 
Com animação a cargo dos Dj´s Luigi e Monchike by JM Entertenimento."

Eu andava aborrecido mas vou começar a usar este blog para um bom... "entertenimento".

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Triste Sina Ser Touro de Signo

Nasci sob o signo de Touro se é que isso interessa para alguma coisa.
Mais meia hora e seria do signo Gémeos, se é que isso interessa para alguma coisa.
Em algumas revistas sou uma coisa e noutras outra coisa.
Se é que isso interessa para alguma coisa.

Constatar que a maior parte dos bovinos não tem sorte alguma e achar que por ser do signo Touro nunca me trouxe sorte alguma, interessa-me e muito, nem que seja por estupidez.

Mas vamos a factos:

Avanços consideráveis no que diz respeito às boas relações entre os homens e os animais, não impediram ainda que o canal público português transmita touradas em directo.
Evocar o respeito pelas tradições é um argumento descabido e desprovido de sensatez, mas que permite adivinhar que a RTP transmitiria de bom grado as peripécias de gente atirada aos leões, se a prática ainda existisse no Coliseu de Roma.

Este o exemplo que me choca mais.

Depois, infelizmente, existem os casos próprios de países povoados por acéfalos e mentecaptos.

A 23 de Julho, na Praia das Fontainhas, Terceira, Açores, um grupo de energúmenos atropelou mortalmente um touro, preso por uma corda, durante as tradicionais, estúpidas e abjectas touradas à corda.

Nos Estados Unidos, um homem foi apanhado a fazer sexo com uma vaca.
Descontando ser algo que acontece todos os dias, por exemplo com antigas participantes nos reality shows da TVI, este nojento, de 68 anos, reincidente, levou à letra a questão das "boas relações entre homens e animais".

Para além de concluir que ser touro (ou vaca) não traz sorte nenhuma, espero que, neste último caso,
o homem seja condenado a pagar uma pensão de alimentos até que o bezerro entre na universidade.

Sara para Sarar

Estou farto deste Verão, odeio temperaturas acima dos 30 graus (quanto mais perto dos 40...), a minha casa aquece como um forno, não gosto de praia, tenho sinais perigosos no corpo, um "emprego" que obriga a uma caminhada torturosa de 25 minutos, não gosto de piscinas, não tenho dinheiro para paragens mais frescas, não há futebol a sério, não gosto de beber cervejolas, os gelados fazem-me sede e cedo fico farto disto tudo.

O Verão vale apenas por imagens como a de cima:
Sara Sampaio sem pudores e celulite.

Precariedade

"A vida é como os interruptores: Umas vezes para cima, outras para baixo".
A frase criada para o programa "Humor de Perdição" começa a deixar de fazer sentido para mim.
O interruptor começa a estar permanentemente voltado para baixo, enferrujado, desligado.

O trabalho tornou-se ainda mais precário e já deixou ser tempo de contemplações; a saúde volta a ter fantasmas agitados por cima da minha cabeça, e começa ser tempo de preocupações; e, para não adiantar muito por aqui - afinal, de contas estes desabafos andam pela internet -, nas outras áreas o nível está perigosamente próximo do zero.

Poderá ser precipitado dramatizar e escrever que "estou por um fio", mas se esta ligação à vida é ainda uma corda, esta está-se a esticar.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Encerado

Regresso a este blog com intensa vontade de escrever, uma espécie de adição que dificilmente será tema das revistas de mexericos, até porque não sou sou assim tão famoso ou formoso.

Tem sido uma metade de Verão cheia de pontos de interrogação, molhados por gotas de suor, cortesia de um sol inclemente capaz de levar a temperatura máxima bem para lá dos 30.

Não gosto de "para lá dos 30".
Nem em relação a temperatura, nem quando passei dessa idade, muito menos se estivermos a falar do número de gajos mal encarados à minha espera num beco escuro para me subtraírem haveres e moral.

Bem, quanto aos pontos de interrogação, sem que enuncie as perguntas, deixo a promessa que publicarei as respostas.

Quanto ao Verão escaldante (com novos golpes de calor anunciados já a partir de sábado) e sem verbas para ir caçar Pokémons para a fresquinha Islândia, restam-me as pedrinhas de gelo que trago nos bolsos.

Sim, um dia farei um castelo, mas para já fica a intenção de não baixar os braços, até porque sou resiliente a estes pequenos nadas e a estes grandes "zé-ninguéns" que me atrasam a vida.

O blog está encerado e eu estou a aprender a patinar sem cair.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Descodificado para Principiantes

Há coisas que nunca vão mudar.
Em mim próprio.
Nos que me rodeiam.

Não é necessariamente negativo.

Compreender, aceitar, não transmutar, limar arestas.

E os dias serão
mais bonitos, contra todas as probabilidades.

Até um tiro no escuro acerta em alguma coisa.

Lima Picante

Best Pub of the Year.

Adriana Lima by Calzedonia.

A Mupi for the Lovers. Not a Mupi for the Muppets.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Morte Anunciada de um Pequeno Jardim

A confirmar-se o que já se leu e ouviu por aí, a imagem da direita é irrepetível.

O manual de (más) intenções da Câmara de Palmela para o Jardim José Maria dos Santos prevê retalhar aquele espaço de boas memórias, como aquelas operações que deixam marcas e saudades... da imagem e estado anteriores.

Há muito que o lago - peça central do pequeno jardim - constitui um problema para a autarquia, pela onerosa manutenção, pela deterioração, por ser uma sombra do que foi.

Talvez justificasse, de facto, uma intervenção - o rebordo está vandalizado, a água permanentemente suja, também muito por culpa da crescente falta de civismo das novas gerações, os jactos de água são uma memória distante e a iluminação nocturna quase mitologia - mas não nos moldes previstos.

Encurtar o lago não resolverá o que antes foi enunciado.
Pior, ao invés de solução, parece sim uma contingência para aportar uma obra desproporcionada e aviltante para os pinhalnovenses que preconizam um Pinhal Novo moderno, sim, mas inserido numa lógica em que espaços verdes e jardim não sejam vistos como meros entraves para o progresso.

Refiro-me à assombrosa ideia de transformar toda a parte norte do jardim, dando espaço para mais lugares de estacionamento e para um terminal de autocarros.

Sinceramente, custa a acreditar e não, não fui (ainda) ouvir a outra parte para confirmar (ou não) o rumor, mas a primeira das intenções é fazer deste blog unicamente um espaço que reflicta a minha opinião.

E a minha opinião, chamem-me velho do Restelo ou avesso à mudança, é desfavorável.
Não posso concordar com isto.

Uma coisa, é não achar graça a festas para a populaça, concedendo que também faz falta pão e circo (embora com acento tónico no segundo, pelos vistos), outra é concordar com o esventramento de um jardim que é o único pequeno pulmão do Pinhal Novo.

Não que estejamos cercados de fábricas e esgotos a céu aberto, mas uma vila quase cidade que não valoriza espaços verdes, é uma vila só de pessoas, carros e tempo que se esgota num dia a seguir ao outro, sem fruição, talvez aqui e ali com uma festa caramela, com um ou outro foguete, ou com a enésima algazarra dos ginásios que vão para a rua vangloriar-se da sua (deles) dinâmica imparável.

Sempre classifiquei com nota alta o trabalho autárquico de Álvaro Amaro, que não deslustrou, pelo contrário, das qualidades imensas que evidenciou enquanto docente e antes de tudo, a sensibilidade enquanto ser humano de fino trato.
O período em que Ana Teresa Vicente esteve à frente da Câmara e Álvaro na Junta de Freguesia de Pinhal Novo terá sido o mais conseguido da história recente do Pinhal Novo, e nunca deixei de votar CDU por isso mesmo.

Houve e há problemas insolúveis, mas que dependem, em grande parte, da administração central.
Mas esta ideia peregrina para o jardim, sinceramente, não sei de quem saiu.

Trocar parte de um jardim, por mais ou menos luxuriante que este seja, por lugares para estacionamento, não é uma boa ideia nem para o Pinhal Novo, nem para Odeceixe, Nápoles ou Boston.

Se é importante haver mais lugares para estacionar o carro (numa vila com cada vez mais passeios ocupados por carros, sem regulação das autoridades ou da política local), então não percebo a facilidade com que se prescinde, por exemplo, do parque de estacionamento da estação, para a realização de, primeiro, uma feira de Páscoa com carrocéis, depois, um mercado caramelo e logo a seguir as Festas Popuares, acumulando semanas em que ninguém se preocupa com estacionamentos e afins.

O que está anunciado é que as obras de requalificação (?!) do Jardim José Maria dos Santos arrancarão em 2017, ano de Autárquicas, claro está.

Espero que o tempo que falta até lá seja bom conselheiro.

Se José Maria dos Santos estivesse vivo, tenho a certeza que diria "esqueçam lá a minha estátua e as obras e não estraguem o jardim do povo."


terça-feira, 24 de maio de 2016

Será Amor

Depois do "Pátio das Cantigas" e do "Leão da Estrela", versões Século XXI, vem aí a recriação da "Canção de Lisboa".

Uma das coisinhas mais bonitas que se pode desde já antecipar é esta delícia que junta um dueto inusitado e improvável, embora afinado e imparável.

Senhoras e senhores, César Mourão e Luana Martau:

quarta-feira, 11 de maio de 2016

R.I.R.

O Rock in Rio, uma chinfrineira que começa já na semana que vem, divulgou alguns números relativos a 30 anos de algazarra.

Litros de Cerveja - 9.684.000
São quase 10 milhões de litros de jolas portuguesas ou chopps brasileiros e muita vontade de faxer xixi.

Espectadores - 8.200.000
Passaram a ser espetadores com o acordo desortográfico. Afinal ficar lá na frente não será assim tão boa ideia com tanta gente a espetar nas suas costas.

Sandes - 7.717.667
Não especificam se são de fiambre, queijo, mistas, paio, ovo mexido, torresmos, pasta de amendoim, grilos do campo ou agrafos marinados.

Fatias de Pizza - 4.337.330
Não especificam se são de fiambre, atum, bacalhau com natas, chouriço, pimentos padron, mel com azeitonas ou de choco frito.

Concertos - 1.498
Desconhecia que se estragava e se partia tanta coisa num festival desta dimensão. Tenho um relógio de cuco  - que nunca mais tocou - que vou levar para concertar enquanto o Springsteen estiver a grasnar no palco.

Anos - 31
Afinal são mais de 30. O Rock In Rio parece aquelas senhoras que mentem na idade. Se bem que as únicas senhoras que gritam tão alto são duas gémeas ninfomaníacas que moram no andar ao lado.

Edições - 17
Felizmente houve anos de folga para os tímpanos dos menos festivaleiros. Anos em que a natureza no Parque da Bela Vista quase se regenerou. Linces Ibéricos, esqueçam a ideia de viver na capital.

Países - 4
Portugal, Brasil, EUA e não faço ideia de qual é o outro. Paquistão? Congo? Belize? Vou ver...
Espanha. Bolas, era fácil. Para quando uma edição na Faixa de Gaza?

Charros - Não divulgado.
Presumo que sejam os números mais high. O acrónimo do Rock In Rio não é R.I.R. por acaso.
Para a próxima sejam mais rigorosos porque faltam ainda os vómitos, gadjets perdidos, gravidezes, pulseirinhas patetas, e o número de telemóvel da Roberta Medina.

Beauty Made in Portugal

É verdade que a Sara não tem muito a esconder.

Toda a gente sabe que ela é a melhor exportação portuguesa desde os astrolábios, perdão, astrolábio.

Nem Mourinho, nem a cortiça, os sapatos, o Cristiano Ronaldo ou pastéis de nata,

Sara Sampaio, ponto final.

Dona Antónia - Pedofilia

Se há coisa que a minha vizinha Dona Antónia abomina, são os homens que abusam sexualmente das crianças, os columbófilos.

Pequenino e Nada Brincalhão

Quem bem me conhece sabe que detesto as altas temperaturas de Verão, aqueles dias com 30 e tais graus bem puxados, capazes de torrar as pedras da calçada e estrelar ovos no alcatrão.

Dias com bonés enfiados na cabeça (onde mais podia enfiar o boné? Deixem estar, não respondam) e barrado de protector solar para gáudio de moscas e mosquitinhos e daquela rapariga que trabalha como mimo e que acha que eu seria o par ideal.
O monstro do melanoma (monstranoma, para os inimigos) a isto obriga.

Vamos então estipular que a temperatura não pode passar dos 28 graus.

Quem bem me conhece sabe que detesto as baixas temperaturas de Inverno, aqueles dias com menos de 10 graus mal puxados, capazes de gelar as pernas da calça enfiada e enregelar olhos no Algueirão.
Ou no Senhor Roubado. Ou Mem Martins. Só para não sair da periferia.

Dias com as luvas enfiadas nas mãos (onde mais podia enfiar as luvas? Epa, vocês são tramados) e coberto de lã dos pés à cabeça, para gáudio de moscas e mosquitinhos e daquele rapaz dos pneus Michelin que acha que eu seria o par ideal.
O monstro da pneumonia (monstreumonia, para os inimigos) a isto obriga.

Vamos então estabelecer que a temperatura não pode baixar dos 18 graus.

Resta um intervalo de 10 graus, entre os 18 e os 28, que não deixa o termómetro ter muito espaço para a imaginação, e esquecer devaneios extremados susceptíveis de agradar apenas a esquimós e tuaregues.

O meu termómetro ideal seria pequenino.
E não seria brincalhão.

Corzinha de Verão

terça-feira, 10 de maio de 2016

Papéis no Panamá

Antes de mais tendes de saber que havia um homem que tinha um panamá.
Era um adereço extravagante que não dispensava mesmo nos dias com muito vento, até porque o panamá permanecia na sua cabeça como se tivesse cola.

Dir-se-ia que este homem, para além de vaidoso e de gosto discutível para a moda, tinha algo a esconder.
E tinha.
Papéis.

Não uns papéis, quaisquer.
Se estão a pensar que eram acções ou certificados de aforro, tirem o cavalinho da chuva.

Esperem aí.

Não, não está a chover.
Mas perceberam o que quis dizer.

Os papéis que ele escondia debaixo do panamá eram cartas.
Cartas de amor.

Quem as não tem??
Não debaixo do panamá, mas sei lá, debaixo da cama.

E ele escondia estes papéis/cartas de amor, porque eram correspondência proibida.
Com uma mulher casada com o embaixador na Costa Rica ou na Nicarágua, não me lembro.

Sei que não era no Panamá.

Dona Antónia - Lena

- Dona Antónia, diz aqui que o Grupo Lena vai ser novamente investigado!

- O Grupo da Lena? Os Salada de Frutas?

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Underdogs e Patinhos Feios

Meio mundo ficou louco com o improvável conto de fadas do modesto Leicester.
Um clube que no ano passado lutou até ao fim para não descer de divisão e que este ano foi... campeão.

Não exultei com esta conquista dos foxes.
Primeiro porque esta equipa modesta conta, ainda assim, com mais de 40 milhões de orçamento.
Segundo, porque prefiro apreciar os que bem jogam futebol, não valorizando por aí além equipas guerreiras tipo o Boavista de 2001 ou 11 enérgicos discípulos de William Wallace (vejam "Braveheart", grande filme).

Por isso mesmo torcia por fora da onda de carneiros subitamente condescendente para com os clubes pequenos.
Perguntem a um adepto vermelhinho se ele se importava que no ano passado, em vez do Benfica, tivesse sido campeão o Moreirense, e ele cuspiria na vossa cara, ao mesmo tempo que insinuaria práticas licenciosas com a vossa mãe.

Torcia sim, pelo Tottenham, que para além de ser um dos meus clubes preferidos na Velha Albion, tinha uma ideia de jogo.

É também por isso que prefiro um Barcelona a um Atlético de Madrid que... já está na final da Liga dos Campeões, na figura de patinho feio, porque underdog não ladra tanta vez nas finais dos últimos anos.

Mas enfim, se este é um tempo de underdogs, pode ser que seja ano de Sporting.
Se bem que a época de patinhos feios remeta para o... Benfica.

Um Tipo Atípico

O "Got Talent Portugal" teve o tipo que imitava, tipo, ecos, a Georgia teve este atípico tipo tipo-monge, que imita sons da natureza.

O que faz foge a qualquer estereotipo e há quem o ouça como exercício de relaxamento, o que sempre poupa muito dinheiro em cannabis.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Sente as Centenas

Nos últimos dias (não sei quantos), o mar levou não sei quantos e a terra engoliu não sei quantos.
Eu sei quantos.
Tu sabes quantos.
Centenas.

Números servidos ao jantar que já pouco diferenciamos daqueles do Centeno, novenas ou "centenas", sem mortos, só feridos na carteira, menos mal.

E mesmo as outras centenas, de carne e osso, levadas pelo mar, engolidas pela terra, são números apenas, num vórtice informativo ao jeito de chiclete.


E são centenas, todos os dias, servidas ao jantar.

Vêm da manhã, da dor do Equador, da tarde do medo do Mediterrâneo, da noite do Japão e já há pão de manhã, outro dia, o sol nasce para tolos.
Carneirada.
Sem Tropeços.
Centopeias.
Centenas.

Maria Clementina

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Valha-nos Santa Engrácia


Num dia dedicado aos Monumentos e Sítios, fica o lembrete:
Visitar o Panteão ainda em vida.

Duvido que morto vá lá parar, apesar da decrescente exigência nos requisitos de entrada.
Só não estão lá a Ana Malhoa e o Batatinha porque ele ainda respira e ela ainda arfa.

Banho de Espuma

Bem vindos.
Este blog nasce hoje, 18 de Abril, Dia Mundial dos Monumentos e Sítios, o que é, ao mesmo tempo, uma verdade e uma inconsequência.

Se é verdade que este é um sítio... de internet, onde agora pode vir ler parvoíce e estupidez a rodos, quanto à classificação de monumento, só mesmo comparando-o ao menino mijão da Bélgica, o Manneken Pis, pela sua pseudo-irreverência e pseudo-monumentalidade.
Quando fui a Bruxelas quase precisei de um par de binóculos para o ver, o que, aos dias de hoje, dava sete semanas de interrogatório numa cave obscura.

Do que é que vamos falar aqui?
De coisas.

Entre a melancolia e a exultação, a avaliar pelo andar de carruagem, mais a primeira do que a segunda, mas ainda assim.

Humor, claro, sarcasmo e ironia também.
Músicas que gosto, crítica ácida, fascinações, irritações e efabulações.

Este é o sucessor do mítico blog (o mítico é egocentrismo da minha parte, deixem estar) "Eldorado".
E, não sabendo bem o que aí vem, aqui no "Espuma Selvagem" e lá fora, na espuma dos dias, tenho uma certeza:
Vou precisar disto.