segunda-feira, 30 de maio de 2016

Descodificado para Principiantes

Há coisas que nunca vão mudar.
Em mim próprio.
Nos que me rodeiam.

Não é necessariamente negativo.

Compreender, aceitar, não transmutar, limar arestas.

E os dias serão
mais bonitos, contra todas as probabilidades.

Até um tiro no escuro acerta em alguma coisa.

Lima Picante

Best Pub of the Year.

Adriana Lima by Calzedonia.

A Mupi for the Lovers. Not a Mupi for the Muppets.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Morte Anunciada de um Pequeno Jardim

A confirmar-se o que já se leu e ouviu por aí, a imagem da direita é irrepetível.

O manual de (más) intenções da Câmara de Palmela para o Jardim José Maria dos Santos prevê retalhar aquele espaço de boas memórias, como aquelas operações que deixam marcas e saudades... da imagem e estado anteriores.

Há muito que o lago - peça central do pequeno jardim - constitui um problema para a autarquia, pela onerosa manutenção, pela deterioração, por ser uma sombra do que foi.

Talvez justificasse, de facto, uma intervenção - o rebordo está vandalizado, a água permanentemente suja, também muito por culpa da crescente falta de civismo das novas gerações, os jactos de água são uma memória distante e a iluminação nocturna quase mitologia - mas não nos moldes previstos.

Encurtar o lago não resolverá o que antes foi enunciado.
Pior, ao invés de solução, parece sim uma contingência para aportar uma obra desproporcionada e aviltante para os pinhalnovenses que preconizam um Pinhal Novo moderno, sim, mas inserido numa lógica em que espaços verdes e jardim não sejam vistos como meros entraves para o progresso.

Refiro-me à assombrosa ideia de transformar toda a parte norte do jardim, dando espaço para mais lugares de estacionamento e para um terminal de autocarros.

Sinceramente, custa a acreditar e não, não fui (ainda) ouvir a outra parte para confirmar (ou não) o rumor, mas a primeira das intenções é fazer deste blog unicamente um espaço que reflicta a minha opinião.

E a minha opinião, chamem-me velho do Restelo ou avesso à mudança, é desfavorável.
Não posso concordar com isto.

Uma coisa, é não achar graça a festas para a populaça, concedendo que também faz falta pão e circo (embora com acento tónico no segundo, pelos vistos), outra é concordar com o esventramento de um jardim que é o único pequeno pulmão do Pinhal Novo.

Não que estejamos cercados de fábricas e esgotos a céu aberto, mas uma vila quase cidade que não valoriza espaços verdes, é uma vila só de pessoas, carros e tempo que se esgota num dia a seguir ao outro, sem fruição, talvez aqui e ali com uma festa caramela, com um ou outro foguete, ou com a enésima algazarra dos ginásios que vão para a rua vangloriar-se da sua (deles) dinâmica imparável.

Sempre classifiquei com nota alta o trabalho autárquico de Álvaro Amaro, que não deslustrou, pelo contrário, das qualidades imensas que evidenciou enquanto docente e antes de tudo, a sensibilidade enquanto ser humano de fino trato.
O período em que Ana Teresa Vicente esteve à frente da Câmara e Álvaro na Junta de Freguesia de Pinhal Novo terá sido o mais conseguido da história recente do Pinhal Novo, e nunca deixei de votar CDU por isso mesmo.

Houve e há problemas insolúveis, mas que dependem, em grande parte, da administração central.
Mas esta ideia peregrina para o jardim, sinceramente, não sei de quem saiu.

Trocar parte de um jardim, por mais ou menos luxuriante que este seja, por lugares para estacionamento, não é uma boa ideia nem para o Pinhal Novo, nem para Odeceixe, Nápoles ou Boston.

Se é importante haver mais lugares para estacionar o carro (numa vila com cada vez mais passeios ocupados por carros, sem regulação das autoridades ou da política local), então não percebo a facilidade com que se prescinde, por exemplo, do parque de estacionamento da estação, para a realização de, primeiro, uma feira de Páscoa com carrocéis, depois, um mercado caramelo e logo a seguir as Festas Popuares, acumulando semanas em que ninguém se preocupa com estacionamentos e afins.

O que está anunciado é que as obras de requalificação (?!) do Jardim José Maria dos Santos arrancarão em 2017, ano de Autárquicas, claro está.

Espero que o tempo que falta até lá seja bom conselheiro.

Se José Maria dos Santos estivesse vivo, tenho a certeza que diria "esqueçam lá a minha estátua e as obras e não estraguem o jardim do povo."


terça-feira, 24 de maio de 2016

Será Amor

Depois do "Pátio das Cantigas" e do "Leão da Estrela", versões Século XXI, vem aí a recriação da "Canção de Lisboa".

Uma das coisinhas mais bonitas que se pode desde já antecipar é esta delícia que junta um dueto inusitado e improvável, embora afinado e imparável.

Senhoras e senhores, César Mourão e Luana Martau:

quarta-feira, 11 de maio de 2016

R.I.R.

O Rock in Rio, uma chinfrineira que começa já na semana que vem, divulgou alguns números relativos a 30 anos de algazarra.

Litros de Cerveja - 9.684.000
São quase 10 milhões de litros de jolas portuguesas ou chopps brasileiros e muita vontade de faxer xixi.

Espectadores - 8.200.000
Passaram a ser espetadores com o acordo desortográfico. Afinal ficar lá na frente não será assim tão boa ideia com tanta gente a espetar nas suas costas.

Sandes - 7.717.667
Não especificam se são de fiambre, queijo, mistas, paio, ovo mexido, torresmos, pasta de amendoim, grilos do campo ou agrafos marinados.

Fatias de Pizza - 4.337.330
Não especificam se são de fiambre, atum, bacalhau com natas, chouriço, pimentos padron, mel com azeitonas ou de choco frito.

Concertos - 1.498
Desconhecia que se estragava e se partia tanta coisa num festival desta dimensão. Tenho um relógio de cuco  - que nunca mais tocou - que vou levar para concertar enquanto o Springsteen estiver a grasnar no palco.

Anos - 31
Afinal são mais de 30. O Rock In Rio parece aquelas senhoras que mentem na idade. Se bem que as únicas senhoras que gritam tão alto são duas gémeas ninfomaníacas que moram no andar ao lado.

Edições - 17
Felizmente houve anos de folga para os tímpanos dos menos festivaleiros. Anos em que a natureza no Parque da Bela Vista quase se regenerou. Linces Ibéricos, esqueçam a ideia de viver na capital.

Países - 4
Portugal, Brasil, EUA e não faço ideia de qual é o outro. Paquistão? Congo? Belize? Vou ver...
Espanha. Bolas, era fácil. Para quando uma edição na Faixa de Gaza?

Charros - Não divulgado.
Presumo que sejam os números mais high. O acrónimo do Rock In Rio não é R.I.R. por acaso.
Para a próxima sejam mais rigorosos porque faltam ainda os vómitos, gadjets perdidos, gravidezes, pulseirinhas patetas, e o número de telemóvel da Roberta Medina.

Beauty Made in Portugal

É verdade que a Sara não tem muito a esconder.

Toda a gente sabe que ela é a melhor exportação portuguesa desde os astrolábios, perdão, astrolábio.

Nem Mourinho, nem a cortiça, os sapatos, o Cristiano Ronaldo ou pastéis de nata,

Sara Sampaio, ponto final.

Dona Antónia - Pedofilia

Se há coisa que a minha vizinha Dona Antónia abomina, são os homens que abusam sexualmente das crianças, os columbófilos.

Pequenino e Nada Brincalhão

Quem bem me conhece sabe que detesto as altas temperaturas de Verão, aqueles dias com 30 e tais graus bem puxados, capazes de torrar as pedras da calçada e estrelar ovos no alcatrão.

Dias com bonés enfiados na cabeça (onde mais podia enfiar o boné? Deixem estar, não respondam) e barrado de protector solar para gáudio de moscas e mosquitinhos e daquela rapariga que trabalha como mimo e que acha que eu seria o par ideal.
O monstro do melanoma (monstranoma, para os inimigos) a isto obriga.

Vamos então estipular que a temperatura não pode passar dos 28 graus.

Quem bem me conhece sabe que detesto as baixas temperaturas de Inverno, aqueles dias com menos de 10 graus mal puxados, capazes de gelar as pernas da calça enfiada e enregelar olhos no Algueirão.
Ou no Senhor Roubado. Ou Mem Martins. Só para não sair da periferia.

Dias com as luvas enfiadas nas mãos (onde mais podia enfiar as luvas? Epa, vocês são tramados) e coberto de lã dos pés à cabeça, para gáudio de moscas e mosquitinhos e daquele rapaz dos pneus Michelin que acha que eu seria o par ideal.
O monstro da pneumonia (monstreumonia, para os inimigos) a isto obriga.

Vamos então estabelecer que a temperatura não pode baixar dos 18 graus.

Resta um intervalo de 10 graus, entre os 18 e os 28, que não deixa o termómetro ter muito espaço para a imaginação, e esquecer devaneios extremados susceptíveis de agradar apenas a esquimós e tuaregues.

O meu termómetro ideal seria pequenino.
E não seria brincalhão.

Corzinha de Verão

terça-feira, 10 de maio de 2016

Papéis no Panamá

Antes de mais tendes de saber que havia um homem que tinha um panamá.
Era um adereço extravagante que não dispensava mesmo nos dias com muito vento, até porque o panamá permanecia na sua cabeça como se tivesse cola.

Dir-se-ia que este homem, para além de vaidoso e de gosto discutível para a moda, tinha algo a esconder.
E tinha.
Papéis.

Não uns papéis, quaisquer.
Se estão a pensar que eram acções ou certificados de aforro, tirem o cavalinho da chuva.

Esperem aí.

Não, não está a chover.
Mas perceberam o que quis dizer.

Os papéis que ele escondia debaixo do panamá eram cartas.
Cartas de amor.

Quem as não tem??
Não debaixo do panamá, mas sei lá, debaixo da cama.

E ele escondia estes papéis/cartas de amor, porque eram correspondência proibida.
Com uma mulher casada com o embaixador na Costa Rica ou na Nicarágua, não me lembro.

Sei que não era no Panamá.

Dona Antónia - Lena

- Dona Antónia, diz aqui que o Grupo Lena vai ser novamente investigado!

- O Grupo da Lena? Os Salada de Frutas?

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Underdogs e Patinhos Feios

Meio mundo ficou louco com o improvável conto de fadas do modesto Leicester.
Um clube que no ano passado lutou até ao fim para não descer de divisão e que este ano foi... campeão.

Não exultei com esta conquista dos foxes.
Primeiro porque esta equipa modesta conta, ainda assim, com mais de 40 milhões de orçamento.
Segundo, porque prefiro apreciar os que bem jogam futebol, não valorizando por aí além equipas guerreiras tipo o Boavista de 2001 ou 11 enérgicos discípulos de William Wallace (vejam "Braveheart", grande filme).

Por isso mesmo torcia por fora da onda de carneiros subitamente condescendente para com os clubes pequenos.
Perguntem a um adepto vermelhinho se ele se importava que no ano passado, em vez do Benfica, tivesse sido campeão o Moreirense, e ele cuspiria na vossa cara, ao mesmo tempo que insinuaria práticas licenciosas com a vossa mãe.

Torcia sim, pelo Tottenham, que para além de ser um dos meus clubes preferidos na Velha Albion, tinha uma ideia de jogo.

É também por isso que prefiro um Barcelona a um Atlético de Madrid que... já está na final da Liga dos Campeões, na figura de patinho feio, porque underdog não ladra tanta vez nas finais dos últimos anos.

Mas enfim, se este é um tempo de underdogs, pode ser que seja ano de Sporting.
Se bem que a época de patinhos feios remeta para o... Benfica.

Um Tipo Atípico

O "Got Talent Portugal" teve o tipo que imitava, tipo, ecos, a Georgia teve este atípico tipo tipo-monge, que imita sons da natureza.

O que faz foge a qualquer estereotipo e há quem o ouça como exercício de relaxamento, o que sempre poupa muito dinheiro em cannabis.