quarta-feira, 11 de maio de 2016

Pequenino e Nada Brincalhão

Quem bem me conhece sabe que detesto as altas temperaturas de Verão, aqueles dias com 30 e tais graus bem puxados, capazes de torrar as pedras da calçada e estrelar ovos no alcatrão.

Dias com bonés enfiados na cabeça (onde mais podia enfiar o boné? Deixem estar, não respondam) e barrado de protector solar para gáudio de moscas e mosquitinhos e daquela rapariga que trabalha como mimo e que acha que eu seria o par ideal.
O monstro do melanoma (monstranoma, para os inimigos) a isto obriga.

Vamos então estipular que a temperatura não pode passar dos 28 graus.

Quem bem me conhece sabe que detesto as baixas temperaturas de Inverno, aqueles dias com menos de 10 graus mal puxados, capazes de gelar as pernas da calça enfiada e enregelar olhos no Algueirão.
Ou no Senhor Roubado. Ou Mem Martins. Só para não sair da periferia.

Dias com as luvas enfiadas nas mãos (onde mais podia enfiar as luvas? Epa, vocês são tramados) e coberto de lã dos pés à cabeça, para gáudio de moscas e mosquitinhos e daquele rapaz dos pneus Michelin que acha que eu seria o par ideal.
O monstro da pneumonia (monstreumonia, para os inimigos) a isto obriga.

Vamos então estabelecer que a temperatura não pode baixar dos 18 graus.

Resta um intervalo de 10 graus, entre os 18 e os 28, que não deixa o termómetro ter muito espaço para a imaginação, e esquecer devaneios extremados susceptíveis de agradar apenas a esquimós e tuaregues.

O meu termómetro ideal seria pequenino.
E não seria brincalhão.

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