terça-feira, 19 de abril de 2016

Sente as Centenas

Nos últimos dias (não sei quantos), o mar levou não sei quantos e a terra engoliu não sei quantos.
Eu sei quantos.
Tu sabes quantos.
Centenas.

Números servidos ao jantar que já pouco diferenciamos daqueles do Centeno, novenas ou "centenas", sem mortos, só feridos na carteira, menos mal.

E mesmo as outras centenas, de carne e osso, levadas pelo mar, engolidas pela terra, são números apenas, num vórtice informativo ao jeito de chiclete.


E são centenas, todos os dias, servidas ao jantar.

Vêm da manhã, da dor do Equador, da tarde do medo do Mediterrâneo, da noite do Japão e já há pão de manhã, outro dia, o sol nasce para tolos.
Carneirada.
Sem Tropeços.
Centopeias.
Centenas.

Sem comentários:

Enviar um comentário